Seu Jorge relembra morte do irmão e período em situação de rua em entrevista ao Fantástico: “Sem meu violão, eu era invisível”
Em entrevista emocionante ao programa Fantástico, exibido neste domingo (25), o cantor e ator Seu Jorge compartilhou momentos marcantes e dolorosos de sua trajetória pessoal. Entre os temas abordados, ele relembrou a morte trágica do irmão Vitório, assassinado em 1990, e os anos em que viveu em situação de rua, antes de conquistar o reconhecimento artístico.
Durante o depoimento, o artista relatou o último momento que viveu ao lado do irmão, marcado por uma discussão aparentemente trivial, mas que se tornou inesquecível.
“Eu saía para trabalhar por volta das 12h, e meu irmão saía cerca de 10h30. Naquele dia, estava tocando uma música do Fleetwood Mac no rádio, e eu não queria ouvir. Fui mesquinho, briguei com ele por causa da música e fui para o trabalho. Quando voltei, ele estava morto. Isso é algo que vou carregar para o resto da vida, me marcou profundamente”, revelou emocionado.
A perda repentina mergulhou Seu Jorge em um período de grande instabilidade emocional e financeira. Sem estrutura familiar e sem perspectivas, ele passou cerca de sete anos vivendo nas ruas.
O cantor destacou como seu violão se tornou um ponto de conexão com as pessoas, despertando curiosidade e atenção em um contexto em que, segundo ele, era completamente ignorado.
“Quando eu estava com meu violão, despertava muita curiosidade. As pessoas queriam saber como fui parar ali. Na medida em que me ouviam, ficavam bastante surpresas. Mas, sem meu instrumento, eu era invisível”, relatou.
Apesar das adversidades, Seu Jorge conseguiu reconstruir sua vida e se consolidar como um dos principais nomes da música e do cinema nacional. No bate-papo, ele ressaltou a importância do apoio que recebeu ao longo do caminho, incluindo oportunidades que o levaram ao teatro, e posteriormente à carreira de cantor e ator.
Seu Jorge se destacou em diversos trabalhos musicais e em papéis marcantes no cinema, como nos filmes Cidade de Deus e Marighella, além de sua atuação em produções internacionais. A entrevista no Fantástico reforçou sua imagem de superação e resiliência, comovendo o público ao revisitar um passado de dor transformado em arte.