Áudio desmente versão de Dona Ruth sobre divisão de seguro do acidente aéreo dada ao Fantástico

Escrito em 15/07/2025
Patricia Terra - Música 360


Áudio revela apelo de viúva de vítima de acidente com Marília Mendonça e contradiz versão de Dona Ruth sobre divisão de seguro

Gravação divulgada pelo programa "Fofocalizando" contradiz entrevista ao "Fantástico" e expõe impasse na partilha da indenização de US$ 2 milhões

Um áudio divulgado nesta segunda-feira (14) pelo programa Fofocalizando, do SBT, trouxe novos desdobramentos sobre a polêmica em torno da divisão do valor do seguro do acidente aéreo que vitimou a cantora Marília Mendonça, em novembro de 2021. A gravação, feita por Fernanda Costa — viúva do produtor Henrique Ribeiro, conhecido como Henrique Bahia —, contradiz a versão apresentada por Dona Ruth Moreira, mãe da artista, em entrevista recente ao programa Fantástico, da TV Globo.

No áudio, Fernanda faz um apelo emocionado a Dona Ruth para que a indenização, avaliada em aproximadamente US$ 2 milhões (cerca de R$ 11 milhões), seja dividida de forma justa entre as famílias das cinco vítimas do acidente. Além de Marília Mendonça, morreram no trágico voo o produtor Henrique Bahia, o tio e assessor da cantora, Abiceli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Martins de Medeiros e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.

"Ruth, pelo amor que você tem a Deus... Nossa, não estou aguentando isso mais", diz Fernanda na gravação, visivelmente abalada. Ela lembra que perdeu o pai de seu filho e afirma que o menino ficou sem nenhum amparo familiar, apelando para que a partilha fosse feita com equidade.

Dona Ruth: "Resolva com meu advogado"

A resposta de Dona Ruth, segundo leu a apresentadora Gaby Cabrini durante o programa, foi direta: “Fernanda, se resolve com meu advogado”. A mãe de Marília também teria bloqueado Fernanda após o envio das mensagens.

Segundo a versão de Dona Ruth no Fantástico, exibido no domingo (13), as tratativas do seguro estariam sendo feitas de forma justa e transparente. Questionada pela repórter Renata Capucci sobre a polêmica envolvendo o valor e sua suposta exigência de 50% do total da indenização, Dona Ruth negou qualquer conduta indevida.

Contudo, o áudio exposto pelo Fofocalizando sugere que a divisão proposta inicialmente teria reservado metade do valor do seguro à família de Marília, gerando insatisfação entre os familiares das outras vítimas.

Famílias reagem: "Todas as vidas valem igual"

A repercussão aumentou após Vitória Medeiros, filha do piloto Geraldo Medeiros, se manifestar nas redes sociais na semana passada. Em uma publicação, ela desabafou: “Todas as vítimas, todas as vidas valem igual. Não é justo tratar o seguro de forma desigual porque alguém era famoso”.

O advogado de Dona Ruth rebateu as acusações, afirmando que a proposta de divisão foi feita pela própria seguradora — a empresa de táxi aéreo responsável pelo voo — e que a parte destinada ao filho de Marília já havia sido reduzida para beneficiar outros herdeiros, incluindo a filha do piloto.

Especialistas: partilha pode variar conforme situação de cada vítima

Em meio à controvérsia, uma advogada especialista em Direito de Família e Sucessões, consultada pelo portal, explica que a distribuição de indenizações por morte pode, sim, variar conforme as “condições particulares de cada vítima”, como vínculos familiares, dependentes econômicos e acordos legais prévios.

Ainda assim, ela ressalta que, em situações como essa — envolvendo múltiplas vítimas em um único acidente —, o mais comum é que a seguradora proponha uma divisão proporcional, levando em conta critérios de equidade e justiça social.

O caso segue sem resolução definitiva

Até o momento, a seguradora Mapfre, responsável pela apólice, ainda não efetuou o pagamento do seguro, em razão do impasse jurídico entre os herdeiros. A expectativa é de que as negociações continuem nos bastidores, com acompanhamento da Justiça, enquanto as famílias tentam chegar a um consenso.

A morte de Marília Mendonça, uma das maiores vozes da música sertaneja brasileira, aos 26 anos, comoveu o país. No entanto, quase quatro anos após o acidente, o luto das famílias se mistura agora a uma disputa sensível por direitos e reconhecimento.


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